Título: O Artista da Morte
Autor: Daniel Silva
Editora: Bertrand Editora
Ano: 2008
Páginas: 396
Sinopse:
Gabriel Allon foi em tempos um importante agente dos serviços secretos israelitas, mas agora só pensa em fugir do seu passado para viver uma vida tranquila como restaurador de arte. É no entanto chamado de regresso às perigosas missões. A agente com quem trabalhará esconde-se por detrás da sua própria máscara de modelo francesa. O seu alvo: um astuto terrorista numa derradeira matança desenfreada, um palestiniano fanático de nome Tariq, que desempenhou um negro papel no passado de Gabriel. Aquilo que começa como uma caça ao homem torna-se um duelo que atravessa o globo e é alimentado pela intriga política e por intensas paixões pessoais. Num mundo onde o sigilo e a duplicidade são absolutas, a vingança é um luxo sem preço e a maior das obras de arte.
Review:
"O Artista da Morte" é o primeiro da série Gabriel Allon, que conta já com 14 livros.
Esta foi a minha estreia com Daniel Silva e posso dizer que fiquei com vontade de ler a continuação desta série. O formato não é novo, fazendo-me lembrar a escrita e atmosfera conspirativa de Dan Brown e José Rodrigues dos Santos, mas a verdade é que funciona.
Um misto de jogo de espionagem (e contra-espionagem), suspense e informações históricas.
Gabriel Allon vive uma vida dupla enquanto espião e restaurador de arte. O tema da arte é abordado apenas superficialmente, mas ainda assim assume um papel importante. São recorrentes as comparações entre as duas artes: a de restaurar e a de matar. Além disso, assistimos à busca incessante do próprio "restauro" da personagem, após um duro acontecimento do passado que o continua a atormentar. Allon parece capaz de recuperar tudo, menos a si próprio.
O tema central é o conflito entre Israel e a Palestina. O autor dá-nos uma visão das operações da Mossad e do modo como os agentes secretos planeavam e executavam as suas missões. Retrata tudo o que estava envolvido nessas operações, desde as relações político-internacionais até aos mais básicos conselhos de espionagem. As ideologias, as crenças, tudo é escrutinado (de ambas as partes) de forma interessante e informativa.
Por vezes senti-me um pouco perdida: ora estamos em França, ora em Inglaterra, Holanda, Palestina ou nos EUA. E até em Portugal! Uma das curiosidades é que uma pequena parte deste livro se desenrola em Lisboa, com um palestiniano a comparar o Bairro Alto com Beirute dos velhos tempos. É sempre um orgulho ver Portugal presente em obras de autores estrangeiros.
A escrita é simples, o ritmo de leitura rápido, como se pede a um livro deste tipo, sempre envolto em clima de mistério, conspiração e intriga. Gostei. Não é fenomenal, mas cumpre o propósito: entretém. Admira-me que ainda não tenha sido adaptado ao cinema.
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