Título: O Quarto Trancado Onde Nem a Morte Entrava
Autor: Ricardo Ben-Oliel
Editora: Abysmo
Ano de edição: 2015
Páginas: 132
Sinopse:
Este vem de fora da Europa, da calma e segura Europa das últimas décadas. E tal como algumas profissões nos ficam coladas à pele - «Era ele o magistrado-mor. Ou melhor, fora-o durante o tempo de uma vida; e quando tal acontece, é sabido que a função fica colada à pele como a crosta de uma insarável ferida.» - também um país ou uma zona geográfica nos fica colada à língua, quando aí vivemos mais de quarenta anos, como é o caso de RICARDO BEN-OLIEL em Israel. Se Israel é um singular país numa singular região do planeta Terra, também este livro de contos se apresenta único no panorama da nossa literatura: uma linguagem estranha, precisa e bela como nunca se viu em português.
Opinião:
Remembrança. Se este livro tivesse de ser resumido a uma palavra esta seria a escolhida, amplamente repetida ao longo de toda a obra. Ler “O Quarto Trancado Onde Nem a Morte Entrava” (Abysmo, 2015) é, acima de tudo, entrar no mais íntimo do autor e num tema transversal que lhe é bem sensível: a morte.
Ao longo de sete contos, uns mais reflexivos, outros mais leves, em que através de simples conversas de café se revisitam reminiscências da infância, vamos desfiando as memórias de Ricardo Ben-Oliel. Recordamos momentos marcantes da sua vida, por vezes duros fragmentos de memória que ainda hoje o fazem acordar sobressaltado à noite. São contos com histórias peculiares, próprios de quem tem um trajecto de vida também ele peculiar. A par de assuntos pesados, como a morte de judeus na Polónia, a emigração e outros complicados reveses da vida, somos também brindados com um conto num tom mais cómico – “Um delinquente com escrúpulos” –, mas que ainda assim nos faz reflectir.
Percebemos como a vivência da morte, qual ferro quente, fica para sempre marcada na pele. Aliás, chegados ao final do livro, temos a percepção de que é o próprio autor que, tal como aludido no título, se quer trancar num quarto tão bem fechado onde nem sequer a morte ouse entrar. Resta, neste emaranhado de pensamentos e recordações, encontrar a chave que permita “erguer uma inexpugnável fortaleza”.
Ao longo de sete contos, uns mais reflexivos, outros mais leves, em que através de simples conversas de café se revisitam reminiscências da infância, vamos desfiando as memórias de Ricardo Ben-Oliel. Recordamos momentos marcantes da sua vida, por vezes duros fragmentos de memória que ainda hoje o fazem acordar sobressaltado à noite. São contos com histórias peculiares, próprios de quem tem um trajecto de vida também ele peculiar. A par de assuntos pesados, como a morte de judeus na Polónia, a emigração e outros complicados reveses da vida, somos também brindados com um conto num tom mais cómico – “Um delinquente com escrúpulos” –, mas que ainda assim nos faz reflectir.
Percebemos como a vivência da morte, qual ferro quente, fica para sempre marcada na pele. Aliás, chegados ao final do livro, temos a percepção de que é o próprio autor que, tal como aludido no título, se quer trancar num quarto tão bem fechado onde nem sequer a morte ouse entrar. Resta, neste emaranhado de pensamentos e recordações, encontrar a chave que permita “erguer uma inexpugnável fortaleza”.
Olá!!
ResponderEliminarOra aqui está um exemplo de livro que o título cativa logo o leitor!! A curiosidade e estranheza do mesmo tornam obrigatório ler!
Gostei da tua opinião!
Beijinhos e boas leituras!