sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

BOOK REVIEW | Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-de-Rosa


Título: Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-de-Rosa
Autor: Judith Kerr
Editora: Booksmile
Ano de edição: 2015
Páginas: 256


Sinopse: 

Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-de-Rosa é uma das obras mais lidas por jovens de todo o mundo. Considerada um clássico da literatura juvenil, e inspirada na vida da própria autora, fala-nos da Segunda Guerra Mundial numa nova perspectiva e até com algum humor.

Vive-se o ano de 1933. Anna tem apenas nove anos e anda demasiado ocupada com a escola e com os amigos para reparar nos cartazes políticos espalhados pela cidade de Berlim com a suástica nazi e a fotografia de Adolf Hitler, o homem que muito em breve mudaria a face da Europa. Ser judeu, pensa ela, é apenas algo que somos porque os nossos pais e avós são judeus.Mas um dia o pai dela desaparece inexplicavelmente. E, pouco tempo depois, ela e o irmão, Max, são levados pela mãe com todo o sigilo para fora da Alemanha, deixando para trás a sua casa, os amigos e os amados brinquedos. Reunida na Suíça, a família de Anna embarca numa aventura que vai durar anos.


Opinião: 

Somos enviados para a Alemanha de 1933 através do pensamento de Anna, uma menina judia de 9 anos cujo pai, um famoso escritor alemão, se atreve a ser um assumido crítico do regime nazi. Anna, com a inocência própria da sua idade, está longe de perceber o ambiente político que a envolve. (...) Tudo muda quando o seu pai, antevendo a vitória do ditador nas eleições, se vê forçado a partir abrupta e secretamente em busca de um país de acolhimento. Cedo, Anna, a mãe e o irmão Max se juntam a ele na Suíça, a sua nova casa. Mas a aventura está apenas a começar, até porque a palavra “casa” assume um significado diferente quando se é refugiado.
Vamos acompanhando a nova vida da família, com todas as dificuldades próprias de quem se vê obrigado a um novo país, uma nova cultura, novas pessoas, uma nova língua, mas sempre demonstrando uma incrível capacidade de adaptação. Assistimos até a algumas situações caricatas, sobretudo devido às diferenças culturais, o que acaba por aligeirar um retrato que poderia ser muito mais duro. (...)
Se este livro adquire um tom mais soft, dado o tema pesado, deve-se ao olhar inocente de Anna, que se assume simultaneamente como o ponto forte do livro. Tão inocente que, quando lhe é dito que o pai tem “a cabeça a prémio”, ela pensa que lhe vai cair “uma chuva horrível de moedas pesadas” em cima. As ilustrações feitas pela própria autora, Judith Kerr, também tornam a leitura mais apelativa.
Muito mais do que uma história sobre a Segunda Guerra Mundial, esta é, acima de tudo, a história de uma família de refugiados. Aliás, o regresso deste livro há muito esgotado em Portugal, não poderia apanhar os leitores dotado de tanta actualidade. Como o faz lembrar – e muito bem – Carla Maia de Almeida no prefácio, estamos a braços com a maior vaga de refugiados desde o tempo da Segunda Guerra Mundial. É pois tempo de reflectir, e este livro é um excelente ponto de partida.
Uma história interessante, sobretudo se pensarmos no carácter semi-autobiográfico, que não se prende com detalhes históricos que poderiam aborrecer os mais jovens, mas sim no retrato do dia-a-dia de uma família com uma força surpreendente. Da Alemanha para a Suíça, França e, por fim, Inglaterra. Neste livro há muita coragem mas, sobretudo, muito afecto e uma mensagem importante: tudo está bem desde que a família esteja unida.
Opinião completa no Deus me Livro

Classificação:

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