terça-feira, 15 de setembro de 2015

BOOK REVIEW | Se perguntarem por mim digam que voei



Título: Se Perguntarem Por Mim Digam que Voei
Autor: Alice Vieira 
Editora: Caminho
Ano: 1997
Páginas: 198


Sinopse: 

Se Perguntarem Por Mim Digam que Voei é talvez o livro em que a autora mais se distancia dos modelos narrativos a que o romance juvenil nos habituou. Das vidas das várias mulheres que constituem o núcleo das personagens principais, retém-se sobretudo o fim da adolescência e a idade adulta. Ao longo de sucessivas gerações e de cerca de quatro décadas, acompanha-se as ligações entre duas casas de província que servem de cenário à quase totalidade da acção. Trata-se de uma narrativa de alguma complexidade, tendo por base uma sucessão de nomes femininos cuja perfeita articulação só se torna perceptível já em fase avançada do relato. É um teatro de amores e desamores, de submissões e fugas, de frustrações, ressentimentos e preconceitos. Para algumas personagens, escapar à atmosfera sufocante desse mundo provinciano e fechado é tarefa impossível. O sonho, por vezes a morte, são as únicas saídas.


Opinião:

Ler Alice Vieira é sempre regressar aos bancos de escola. 
Este não podia ter título mais sugestivo. Até porque voamos sempre que lemos um livro. 

Se Perguntarem Por Mim Digam que Voei centra-se na Casa dos Três Anjinhos e na Casa do Perpétuo Socorro, algures numa província de Portugal, onde se cruzam histórias de vida e dramas familiares. 
Gira em torno das pessoas que aí habitam durante sucessivas gerações, sobretudo personagens femininas. Acompanhamos o seu trajecto de fim da adolescência e entrada no mundo adulto, com todas as suas implicações: amores, paixões, frustrações, fugas.

Estamos num Portugal de outros tempos, com preconceitos presentes a cada página.
Assistimos à asfixia do provincialismo naqueles que têm o sonho da aventura
É um livro envolto em misticismo, em que muito fica em aberto. 
A trama é densa, mas facilmente conseguimos deslindar a grande mensagem: 
"Podemos sempre voar para onde nos levam os nossos sonhos."

Apesar de ser um livro recomendado para o 3.º ciclo, confesso que tive algumas dificuldades em acompanhar as personagens. Além de serem bastantes, aparecerem por vezes do nada e terem nomes bastante peculiares - como Joana Ofélia, Olinda Dulce ou Demétria - é uma verdadeira ginástica conseguir perceber imediatamente a relação entre elas. 

O que fazer quando se sente insatisfação perante a vida que se leva?
Não se esqueçam: 
"Qualquer janela serve para voar" e "olhos que nascem com asas ninguém consegue aprisionar".

(Livro escolhido para participação no desafio Regresso às Aulas - ler um livro juvenil que faça recordar os tempos de escola.)


Classificação:

2 comentários:

  1. Olá,
    Esta também foi uma das autoras que me acompanhou na juventude (felizmente a biblioteca tinha vários livros da colecção Uma Aventura).
    Não conhecia este livro mas fiquei curiosa.
    Beijinhos

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