Título: o nosso reino
Autor: valter hugo mãe
Editora: QuidNovi
Ano de edição: 2009
Páginas: 151
Sinopse:
Sinopse:
Delicadíssima história de uma criança em torno da ansiedade por uma resposta de Deus. Retrato de um Portugal recôndito ao tempo da Revolução dos Cravos que nos conta como em lugares pequenos as ideias maiores são relativamente intemporais e o que acontece ignora largamente o tempo exacto do mundo.
O belo livro de estreia de valter hugo mãe é uma fulgurante prova de imaginação e beleza. Entre a profunda ternura e a difícil aprendizagem da vida, cada dia é um esforço para que se prove a existência do milagre de se ser alguém.
Opinião:
"o nosso reino" é o romance de estreia de valter hugo mãe e também a minha primeira experiência de leitura com o autor. Infelizmente, não posso dizer que tenha sido uma leitura especialmente prazerosa.
A primeira coisa que salta à vista é sem dúvida o estilo de escrita do autor. Quem já leu sabe do que falo: falta de letras maiúsculas, uma pontuação que se resume a pontos e vírgulas, numa narrativa graficamente corrida que se procura aproximar ao português falado.
Se este estilo de escrita — que o autor define como "limpeza formal do texto" — é uma mera despreocupação estilística ou, pelo contrário, um rasgo de génio, não o posso dizer. Que o torna diferente, disso não tenho dúvida. Independentemente de toda a discussão que se pode ter em torno do estilo peculiar do autor, a verdade é que me deparei com um texto extremamente denso, até difícil de ler, exigindo uma grande atenção por parte do leitor. É verdade que o ritmo de leitura vai aumentando à medida que nos habituamos à escrita, mas a verdade é que continua lento.
Posto isto, acredito que o que prejudicou a minha leitura foi o facto do livro ter sugado por completo a minha atenção para a componente estilística, ao invés da história em si, que essa sim acredito ter uma premissa bastante interessante.
Em traços muito gerais, acompanhamos a busca de perfeição espiritual por parte de um menino de oito anos, que quer ser santo. O livro começa com uma personagem muito intrigante (que adorei): "o homem mais triste do mundo", correspondente à figura do coveiro, a pessoa que anda de mão dada com a morte. São precisamente a morte e a religiosidade os pontos fulcrais do livro. valter hugo mãe tem o mérito de nos transportar directamente para o ambiente criado, fazendo-nos sentir dor, medo e desespero perante a perda de entes queridos. Em "o nosso reino", procuramos, juntamente com o narrador, compreender o mundo dividindo-o entre o céu e o inferno, numa visão muito realista do Portugal de outrora (que talvez não seja tão outrora assim).
Agarro-me à esperança de que os romances seguintes de valter hugo mãe consigam exercer um fascínio maior em mim, porque queria mesmo (mesmo) gostar deste autor.
A primeira coisa que salta à vista é sem dúvida o estilo de escrita do autor. Quem já leu sabe do que falo: falta de letras maiúsculas, uma pontuação que se resume a pontos e vírgulas, numa narrativa graficamente corrida que se procura aproximar ao português falado.
Se este estilo de escrita — que o autor define como "limpeza formal do texto" — é uma mera despreocupação estilística ou, pelo contrário, um rasgo de génio, não o posso dizer. Que o torna diferente, disso não tenho dúvida. Independentemente de toda a discussão que se pode ter em torno do estilo peculiar do autor, a verdade é que me deparei com um texto extremamente denso, até difícil de ler, exigindo uma grande atenção por parte do leitor. É verdade que o ritmo de leitura vai aumentando à medida que nos habituamos à escrita, mas a verdade é que continua lento.
Posto isto, acredito que o que prejudicou a minha leitura foi o facto do livro ter sugado por completo a minha atenção para a componente estilística, ao invés da história em si, que essa sim acredito ter uma premissa bastante interessante.
Em traços muito gerais, acompanhamos a busca de perfeição espiritual por parte de um menino de oito anos, que quer ser santo. O livro começa com uma personagem muito intrigante (que adorei): "o homem mais triste do mundo", correspondente à figura do coveiro, a pessoa que anda de mão dada com a morte. São precisamente a morte e a religiosidade os pontos fulcrais do livro. valter hugo mãe tem o mérito de nos transportar directamente para o ambiente criado, fazendo-nos sentir dor, medo e desespero perante a perda de entes queridos. Em "o nosso reino", procuramos, juntamente com o narrador, compreender o mundo dividindo-o entre o céu e o inferno, numa visão muito realista do Portugal de outrora (que talvez não seja tão outrora assim).
Agarro-me à esperança de que os romances seguintes de valter hugo mãe consigam exercer um fascínio maior em mim, porque queria mesmo (mesmo) gostar deste autor.
Olá!
ResponderEliminarQuero tanto ler algo do autor mas com a tua opinião, este não será a minha primeira opção.
Beijinhos