Autor: Roslund & Thunberg
Editora: Planeta
Ano de edição: 2016
Páginas: 520
Sinopse:
Sinopse:
Um livro muito intenso, baseado em factos verídicos, em que um dos autores faz parte da família de assaltantes e é protagonista do livro. Este thriller inebriante de cortar a respiração conta-nos a história de como três rapazes se transformam, ao longo da vida, de crianças inocentes nos criminosos mais procurados da Suécia. O seu vínculo foi forjado enquanto cresceram sob o jugo de uma família violenta.
E do homem que os moldou dessa forma: o pai.
Opinião:
E do homem que os moldou dessa forma: o pai.
Opinião:
Numa altura em que os thrillers nórdicos proliferam nas prateleiras das livrarias, conquistando cada vez mais leitores portugueses, eis que dois escritores decidem juntar-se para “estilhaçar a realidade e reconstituí-la como ficção” no livro “O Pai” (Planeta, 2016).
Como se não bastasse ser baseado numa história verídica para aguçar o apetite dos leitores, descobrimos que um dos autores – Stefan Thunberg – está mais envolvido na trama do que aparentemente se julgaria: enquanto se tornava um dos mais notáveis guionistas da Escandinávia, o resto da família celebrizava-se como “os mais procurados e famosos assaltantes de bancos da Suécia”. É precisamente esta a história que encontramos nestas páginas, escritas juntamente com um nome de peso da literatura escandinava de criminalidade: Anders Roslund.
(...)
Não é por acaso que a edição portuguesa adquiriu – e bem – o título “O Pai”, fugindo ao original "Made in Sweden”. O lado mais forte e interessante desta história acaba mesmo por ser o retrato de três crianças que cresceram em constante medo de um pai violento e dominador, e o modo como essa relação se repercute psicologicamente neles ao longo dos anos. Aliás, centrar a história unicamente nos assaltos e na sua investigação seria demasiado linear e redutor. Os autores, tomando partido da posição privilegiada que já percebemos terem na história, trazem algo verdadeiramente diferenciador relativamente a outros thrillers policiais: a visão de dentro. (...)
Ainda que a história seja cativante e impressione pela conturbada relação pai-filho – chegando mesmo a tirar-nos do sério pelas atitudes negligentes e de incitação à violência por parte do pai –, a estrutura da narrativa nem sempre permite uma boa fluidez de leitura. À intercalação entre o então e o agora soma-se a alternância entre as perspectivas das várias personagens que, não se limitando à visão dicotómica polícia versus criminosos, acaba por criar, apenas numa primeira fase, alguma confusão no leitor. Apesar de ser evidente o esforço numa visão completa e aprofundada das vidas retratadas, sente-se que em determinadas situações o livro se torna demasiado longo – 520 páginas –, e que alguns pormenores poderiam ter ficado de parte. Com o avançar da leitura não só a narrativa fica melhor articulada como aumentam os momentos de tensão que nos fazem espreitar o mundo do crime.
Escrito a quatro mãos, “O Pai” tem no toque de autenticidade a sua maior atracção. Mais do que um thriller, estamos perante um drama psicológico que nos mostra como uma infância no seio de uma família violenta pode transformar três inocentes irmãos nos criminosos mais procurados da Suécia. A cada minuto é como estar lá a presenciar os roubos, a vivenciar a dinâmica do grupo, as motivações e as fraquezas que ficam cada vez mais evidentes com a aproximação do final. Uma trama digna de filme e a DreamWorks não perdeu tempo : os direitos já foram vendidos e a realização ficará a cargo de Steven Spielberg.
Como se não bastasse ser baseado numa história verídica para aguçar o apetite dos leitores, descobrimos que um dos autores – Stefan Thunberg – está mais envolvido na trama do que aparentemente se julgaria: enquanto se tornava um dos mais notáveis guionistas da Escandinávia, o resto da família celebrizava-se como “os mais procurados e famosos assaltantes de bancos da Suécia”. É precisamente esta a história que encontramos nestas páginas, escritas juntamente com um nome de peso da literatura escandinava de criminalidade: Anders Roslund.
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Não é por acaso que a edição portuguesa adquiriu – e bem – o título “O Pai”, fugindo ao original "Made in Sweden”. O lado mais forte e interessante desta história acaba mesmo por ser o retrato de três crianças que cresceram em constante medo de um pai violento e dominador, e o modo como essa relação se repercute psicologicamente neles ao longo dos anos. Aliás, centrar a história unicamente nos assaltos e na sua investigação seria demasiado linear e redutor. Os autores, tomando partido da posição privilegiada que já percebemos terem na história, trazem algo verdadeiramente diferenciador relativamente a outros thrillers policiais: a visão de dentro. (...)
Ainda que a história seja cativante e impressione pela conturbada relação pai-filho – chegando mesmo a tirar-nos do sério pelas atitudes negligentes e de incitação à violência por parte do pai –, a estrutura da narrativa nem sempre permite uma boa fluidez de leitura. À intercalação entre o então e o agora soma-se a alternância entre as perspectivas das várias personagens que, não se limitando à visão dicotómica polícia versus criminosos, acaba por criar, apenas numa primeira fase, alguma confusão no leitor. Apesar de ser evidente o esforço numa visão completa e aprofundada das vidas retratadas, sente-se que em determinadas situações o livro se torna demasiado longo – 520 páginas –, e que alguns pormenores poderiam ter ficado de parte. Com o avançar da leitura não só a narrativa fica melhor articulada como aumentam os momentos de tensão que nos fazem espreitar o mundo do crime.
Escrito a quatro mãos, “O Pai” tem no toque de autenticidade a sua maior atracção. Mais do que um thriller, estamos perante um drama psicológico que nos mostra como uma infância no seio de uma família violenta pode transformar três inocentes irmãos nos criminosos mais procurados da Suécia. A cada minuto é como estar lá a presenciar os roubos, a vivenciar a dinâmica do grupo, as motivações e as fraquezas que ficam cada vez mais evidentes com a aproximação do final. Uma trama digna de filme e a DreamWorks não perdeu tempo : os direitos já foram vendidos e a realização ficará a cargo de Steven Spielberg.
Opinião completa no Deus me Livro.
Não conhecia mas parece-me interessante!
ResponderEliminarPretty Books Blog
Olá!
ResponderEliminarNão conhecia mas deixaste-me curiosa.
Beijinhos